O COLETIVO ZINE É UMA AÇÃO CONJUNTA. A PROPOSTA É REUNIR DIVERSOS FANZINEIROS OU CRIADORES INDEPENDENTES E PRODUZIR UM TRABALHO COLETIVO. CADA PARTICIPANTE CONTRIBUI DA FORMA COMO PUDER, SEJA NA CRIAÇÃO, MONTAGEM, EDIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO. O IMPORTANTE É SOMAR ESFORÇOS. E ASSIM MULTIPLICAR A DIVULGAÇÃO DO TRABALHO DE CADA AUTOR E DIVIDIR O TRABALHO. SE DER CERTO,CONSEGUIREMOS CHEGAR A NOVOS LEITORES QUE JAMAIS CONHECERIAM NOSSO MATERIAL SE O PROMOVÊSSEMOS ISOLADAMENTE. E NA PIOR DAS HIPÓTESES, AO MENOS TEREMOS UMA DESCULPA PARA INSANAS FESTAS DE CONFRATERNIZAÇÃO E LANÇAMENTO DE ZINES. ENTÃO, MÃOS À OBRA. MISTURE-SE.

domingo, 14 de maio de 2017

TRÊS POR UM


Por: Alexandre Mendes

  Abri meus olhos bem devagar. As vistas pareciam coladas, evidenciando uma boa noite de sono...Espera aí! Que cama é essa? Hum...macia! MACIA?Que cama é essa?
  Estava em um lindo e espaçoso quarto, preenchido por uma televisão gigante, tela fina: Um cinema! As paredes que conjugavam o cômodo eram repletas de livros. Levantei da cama e caminhei até uma das prateleiras: "Cem anos de solidão...Manual de medicina". Te juro, não acreditei. De repente, aprendi a ler!

- Juciney, acorda! - A voz vinha de outro cômodo da casa onde me encontrava. 
  Caminhei em direção ao apelo. Em uma sala gelada pelo ar condicionado, um senhor de bigode, terno e gravata, me fitava com uma chave na mão. 
 - Vai com a Pick up para a faculdade que, hoje, eu irei de Mitsubshi para o escritório.
"Pick up? Mitsubishi? Faculdade? Será que esse coroa é o meu pai? Puxa, eu nunca tinha visto ele!" Fixava-o, atônito. - Filho, você está bem? Margarida já botou o seu café.- Dizia ele.

  Sentei na poltrona macia e fechei meus olhos por um segundo. O homem que se passava por meu pai tocava em meu ombro, carinhosamente. - Filho...vai se atrasar para a aula! Filho...filho... - A voz foi mudando o tom lentamente. O toque em meu ombro tornou-se um sacudir grosseiro.
 - Filho...filho...Ô, FILHO DA PUTA! LEVANTA, PORRA! O almoço acabou!

  Abri os olhos de verdade e voltei para a minha realidade. Levantei do chão, forrado com papelão; Guardei o pote vazio (que improviso de marmita na mochila); forrei novamente a cabeça com o pano velho e carreguei os quatro sacos de cimento até o círculo de areia: A medida do concreto era de três por um.

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