O COLETIVO ZINE É UMA AÇÃO CONJUNTA. A PROPOSTA É REUNIR DIVERSOS FANZINEIROS OU CRIADORES INDEPENDENTES E PRODUZIR UM TRABALHO COLETIVO. CADA PARTICIPANTE CONTRIBUI DA FORMA COMO PUDER, SEJA NA CRIAÇÃO, MONTAGEM, EDIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO. O IMPORTANTE É SOMAR ESFORÇOS. E ASSIM MULTIPLICAR A DIVULGAÇÃO DO TRABALHO DE CADA AUTOR E DIVIDIR O TRABALHO. SE DER CERTO,CONSEGUIREMOS CHEGAR A NOVOS LEITORES QUE JAMAIS CONHECERIAM NOSSO MATERIAL SE O PROMOVÊSSEMOS ISOLADAMENTE. E NA PIOR DAS HIPÓTESES, AO MENOS TEREMOS UMA DESCULPA PARA INSANAS FESTAS DE CONFRATERNIZAÇÃO E LANÇAMENTO DE ZINES. ENTÃO, MÃOS À OBRA. MISTURE-SE.

sábado, 6 de maio de 2017

Sol e Lágrimas – Cap. XI

Por: Alexandre Mendes


- Velhaco, filho da puta! –  Gritou Odimar furioso, apontando o revólver na direção de Seu Sebastião. – Levanta!
O velho fazendeiro parou de agarrar Nonó e pôs-se a levantar, dizendo: - Fica calmo que eu estou levantando.
 O olhar matreiro da raposa velha conseguiu confundir Odimar. Como se fosse um relâmpago, Sebastião sacou a pistola da cintura e atirou na direção de Odimar. – Morre! – Gritou o velho. O estampido da pólvora abafou o grito de Odimar: a bala acertou em cheio sua orelha direita, causando o seu desfalecimento por terra. Por ainda estar do lado de fora da cabana, o seu corpo ficou protegido da visão do velho. Um breve intervalo de silêncio do outro lado da janela – acompanhado pelos berros desesperados de Nonó no chão – fez com que Seu Sebastião acreditasse que o seu desafeto estivesse morto. Tomou equilíbrio de pé e caminhou cautelosamente até a janela.  Com a pistola apertada entre os dedos e a palma da mão, o velho esticou a cabeça para ver onde estava o corpo de Odimar e inesperadamente um estrondo preencheu o silêncio que vinha do exterior da cabana. Enquanto a fumaça do cano quente subia pela janela, o velho caia de joelhos no chão. A bala entrara bem no meio da sua testa, antes que esboçasse qualquer reação. Primeiro, a pistola escorregou da mão. Depois seu corpo tombou pro lado esquerdo.
 Nonó cessou de gritar e pôs-se a levantar do chão. – Filho! Você está bem? – Indagou, enquanto caminhava até a janela.
- Mãe! – Disse Odimar, enquanto se levantava. O tiro na orelha o havia abatido temporariamente, entretanto, não fora o suficiente para impedi-lo de se posicionar no solo e mirar na direção da janela.
Pulou o caixonete podre deixando um rastro de sangue no caminho. Sua orelha direita não existia mais. Sua mãe o abraçou fortemente, como se pedisse desculpas por todas as coisas tristes que ele passara em sua vida. – Senti sua falta. Por onde andou? Sabe de seu pai? – As perguntas de Nonó não paravam de surgir. No entanto, antes mesmo que Odimar pudesse começar a respondê-las, Nonó lembrou-se do corpo de Seu Sebastião caido no chão do cômodo. Largou seu filho e caminhou até o cadáver. Ajoelhou-se em frente ao corpo e pôs-se a chorar.
- Mas...eu não entendo...O que a senhora está fazendo? – Perguntou Odimar, confuso com a cena que presenciava na frente de seus olhos.
Nonó abaixou a cabeça, pegou fôlego e balbuciou algumas palavras que desnortearam Odimar:
- Ele era o seu verdadeiro pai.

Nenhum comentário:

Postar um comentário