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domingo, 30 de abril de 2017

Memórias de um operário IX

Por: Alexandre Mendes


Ainda lembro bem da primeira batalha que encarei nesta vida. Foi em uma loja de presentes e artefatos decorativos, aos treze anos de idade. Minha função era simples, mas bastante cansativa. Carregar e descarregar caixas de pratos, talheres, quadros, abajur etc. As vidraças eram lustradas, todos os dias. Varria a loja, tirava a poeira do estoque. Mas eu ainda era fisicamente fraco, apenas um moleque.

Certa vez, fui encarregado de levar duas caixas, repletas de pratos e talheres, até o carro de uma cliente. O carro estava estacionado na outra quadra. Não aguentei o peso da mercadoria e encostei as caixas em uma árvore da calçada, no meio do caminho. Pedi desculpas a moça, que acabou compreendendo a situação, resolvendo me ajudar.

Cumpri a promessa de que quando eu recebesse o meu primeiro salário, compraria um tênis de couro, pois aquilo era uma novidade. Eu nunca tinha tido um, pois era muito caro e a maioria dos tênis era de marca importada. Usava tênis de lona, tipo All Star, cano longo ou cano curto. Acabei comprando um Le Chevall branco, cano longo, de napa. Caramba! Como eu furei festinha de quinze anos, com aquele tênis!

Mas a minha carreira naquele serviço foi curta e, antes de completar quatorze anos, eu já estava fora. 

Fiquei um ano parado, apenas tentando concluir os meus estudos. Ah! Tempo bom que eu tinha mãe! Trabalhava só para comprar meus discos de rock e me divertir!

Quando completei quinze anos, minha mãe me arrumou um trabalho, através de uma conhecida. Tornei-me, então, Auxiliar de Oficina, em uma concessionária de automóveis, no Bairro Santa Rosa. 


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