O COLETIVO ZINE É UMA AÇÃO CONJUNTA. A PROPOSTA É REUNIR DIVERSOS FANZINEIROS OU CRIADORES INDEPENDENTES E PRODUZIR UM TRABALHO COLETIVO. CADA PARTICIPANTE CONTRIBUI DA FORMA COMO PUDER, SEJA NA CRIAÇÃO, MONTAGEM, EDIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO. O IMPORTANTE É SOMAR ESFORÇOS. E ASSIM MULTIPLICAR A DIVULGAÇÃO DO TRABALHO DE CADA AUTOR E DIVIDIR O TRABALHO. SE DER CERTO,CONSEGUIREMOS CHEGAR A NOVOS LEITORES QUE JAMAIS CONHECERIAM NOSSO MATERIAL SE O PROMOVÊSSEMOS ISOLADAMENTE. E NA PIOR DAS HIPÓTESES, AO MENOS TEREMOS UMA DESCULPA PARA INSANAS FESTAS DE CONFRATERNIZAÇÃO E LANÇAMENTO DE ZINES. ENTÃO, MÃOS À OBRA. MISTURE-SE.

domingo, 24 de junho de 2012

MOMENTO ENTREVISTA


ENTREVISTANDO SOLANGE VENTURI


(Por Diego EL Khouri)




Solange Venturi, carioca, "artista plástica. Formação: Parque Lage. Professores: João Magalhães e Nelson Leirner. Exposições: "Mão Dupla", MAC de Rosário - Argentina; "Projéteis Contemporâneos" - FUNARTE - Rio de Janeiro; 8.Salão Nacional Victor Meireles (SC); 8.Salão da Bahia; "Projeto Castelinho", Castelinho do Flamengo; "ZOOM", MAC de Campinas; Salão de Goiás; "O Ovo", curadoria Nelson Leirner, Parque Laje. Premiada no LVI Salão Paranaense - 
Curitiba PR".





Uma das propostas de sua arte é trabalhar  com os objetos já  construídos e não instantâneos. A idéia de movimento permeia boa parte de sua obra. Uma influência clara do trabalho fotográfico de Muybridge. Além da idéia de movimento, da repetição, o que mais sustenta sua arte?


A minha arte recebe influência de todos os lados, vem de dentro, vem de fora. Copio, invento, perverto. Não persigo unidade nem coerência, faço o que me dá na cabeça


A fotografia e a pintura são duas artes que por vezes se estranham. Uma fronteira difícil de romper, porém a todo momento você faz essas interferências.  Desenho com fotografia, pintura e fotografia, etc. Como trabalhar com fronteiras tão diferente?

Na minha fotografia tem uma fase em que copio os modelos da História da Arte, criando uma tensão nas imagens clássicas, fazendo algumas interferências externas, mas procurando manter as cores da pintura, as poses. Isso se consegue com a fotografia. Na verdade, aquela primeira pintura foi cópia de um modelo vivo, e a fotografia é a cópia dessa cópia. Então, as  fronteiras acabam se  esbarrando, já que tudo é cópia e o original tá morto. Eu misturo tudo, ligado pelo mesmo fio condutor.



Nós fale da obra que fez você levar o prêmio no LVI Salão 
no Paranaense.

Ah essa aí, tenho uma certa dificuldade em falar dela. É um trabalho muito abstrato embora  o objeto, o boneco, seja figurativo. É um trabalho que fala do feminino, mas não só. É uma série onde o personagem (boneco) vai colocando as entranhas para fora enquanto uma fenda cada vez maior vai  se abrindo à sua frente. Fala do esvaziamento, do buraco  que todos nós  algum dia entramos ou entraremos, é inevitável. Fala também do próprio ato da criação em que você vai botando tudo prá fora e no final fica um vazio até começar tudo de novo. Viu? Acabei falando muito...


Você diz que  durante um bom tempo na EAV (Escola de Artes Visuais do Parque Lage)  foi uma  ouvinte constante  das palestras ministradas por Paulo Sérgio Duarte, Fernando Cocchiaralle, Ana Bella Geiger e Charles Watson. De que forma eles influenciaram sua arte?
 
Como eu disse mais acima, a influência vem de todos os lados. Então, receber informações também é  super importante pra ajudar a entender e a formar o discurso, mas na hora da criação  o que conta é o embate   de você com você mesmo, com a obra que tá sendo parida. E aí ninguém te salva... Não tem filosofia, não tem história da arte.
 
Há  uma discussão atual sobre o que é arte boa e ruim. Uns apontam a arte como função, outros como entretenimento. Você fica de qual lado? Há outros caminhos além desses?

Pra mim a arte não tem finalidade nenhuma, é um delírio do artista que precisa colocar pra fora suas ansiedades criativas. Primeiro faço pra mim, depois  é que sinto necessidade de mostrar ao outro. Se você quiser  muito atribuir um sentido, poderia te dizer que  a função da arte é fazer pensar. E aí, arte- entretenimento tá fora. Um vídeo do Bill Viola, por exemplo, mais incomoda do que diverte . Sou a favor da arte que causa desconforto, o que pouco se vê hoje em dia onde  tudo tá pasteurizado e politicamente correto. Vou a uma  coletiva  de arte contemporânea e raramente saio impressionada .É  tudo dejà vu, o discurso tenta substituir o trabalho em nome do conceito. Não que eu seja contra trabalhos conceituais . O Duchamp, mestre maior, pouca visualidade tinha em seus trabalhos. O que tem um urinol de ¨visual¨? Mas a idéia era genial. Ou você tem uma idéia genial que vira um trabalho ou então parte para um trabalho orgânico, visceral. O que fica no meio do caminho é uma merda.


O cabelo e o pêlo estão  presentes em sua arte quase sempre. Uma idéia explicita do erotismo, aquele erotismo às avessas, estranho e intenso. O que pretende com isso?

Não sei  bem o que pretendo. Você falou bem  quando disse erotismo às avessas, um  curador falou em erótico-não erótico, em buraco do corpo. Gostei dessas expressões. Na  verdade, o pelo é só mais um elemento, um material que uso. Acho que a questão presente no meu trabalho ta ligada ao corpo, identidade, sexo e morte, entre outras. Eu tenho outros trabalhos onde não tem pelos e são feitos com carimbos sobre papel e desenhos. Também já fiz muitas pinturas enormes,a maioria se decompôs, mofou. Mas o  corpo e suas questões  está no centro de tudo .  
 
Como você vê essa geração sem utopias?

Os utópicos são muito ingênuos. Essa geração é mais safa. Eu mesma fui muito boba e acho que ainda sou. Os meus sobrinhos, por exemplo, na faixa dos 14, 15, 22, são super espertos, sabem de tudo. São crias da Internet, recebem informações de todos os lados e não acho isso ruim, não. Acho que o  melhor tempo vai ser sempre esse em que estamos vivendo. Não sou saudosista não. Se você tem sede, vai buscar na fonte. Seja em qualquer geração, tem que  fazer suas escolhas. Tem espaço pros sonhadores e também  pros suicidas...


Praticamente todas as capas dos CDs do músico underground Rogério Skylab (seu marido) foram feitas por você. Falar de Skylab e não falar dessas capas é quase impossível. Como foi a produção dessas capas, desde a escolha do tema até a  forma de utilizá-las ?

 
Eu não escolhi nada, nem fiz os trabalhos pensando nas capas dele. Com exceção do Skylab 5 e 6. Eu fazia meu trabalho e ele sempre acompanhando tudo, acabava escolhendo algum para a capa dos seus cds. Simples assim. Quanto aos 5 e 6, as fotos foram feitas, especialmente, para aquele fim. O tema do nosso trabalho tem afinidade, daí  a escolha das capas, eu acho.

O que te motiva a criar?

Uma pulsão interna  nos leva a criar e o racional organiza isso dando o nome de arte. Senão seria só loucura.
  
Ainda vivemos sobre o signo da contracultura?

Não. Não acredito em  contracultura, malditos, underground. Hoje é cada um por si e Deus contra todos. Vivemos sob o signo do bizarro.

 Como deseja morrer? 


Abraçada ao Rogério.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Mordida de cobra




Depois de ter roubado a chave,
percebeu que não mais a queria.
Mas, como devolver à alguém,
algo que não mais possuía?

Vejo melhor quando estou distante;
Ouço melhor quando estou calada.
Apesar do coração vacilante,
eu te afirmo: sinto mais, quando eu não sinto absolutamente mais nada.

Foi você que deixou a porta aberta para a cobra entrar.
Ela parece ter um prazer malígno em me provocar.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

rock in nietzsche



Um velho me cantou contando uma história lúdica de garotos que por falta de comida liam dicionários e suspeitavam dos suspenses de Hollywood .
Vivam suspensos juntos as pipas presas nos fios dos postes que contavam verdades oníricas .
Seus sentidos cambaleavam sóbrios e namoravam seus antônimos. Eram tempos de muito cigarro e uísque,'' YEAH YEAH YEAH'' eles gritavam sem saber, mas sabendo saborear.
Dizia ele que lampejo era usado no lugar dos calçados, e que Peter Pan vivia aqui.
Mas que azar, esse velho só estava mesmo bêbado ou gagá! 

Anna Alchuffi

Sangue de Barata

 

      Sei que nesses meus míseros anos de vida( e dizem que são poucos) eu não vi nada que me deixasse estarrecido ou até mesmo inerte as agruras que a pôrralouquice da mente de alguns seres vivos( estão mais pra mortos!) da extinta, mentalmente falando, Racinha humana( me enquadrando a ela).E depois de uma temporada de caça aos meus pôrnográficos neurônios vi uma luz no fim da minha corrida contra a diabetes ( que já chegou ao meu cacete!) de quê se preocupar com problemas dos que criam problemas tem que ter muito, mas muito mesmo, cunhão de urso.Velho é foda ter que aturar pessoas achando que as idéias e atitudes demonstradas ao longo e eventualmente ao curto período da história ( escrita ou não) podem me fazer mudar a forma de tentar entender algumas coisas tipo um estupro(tem gostosa que vale a pena).Porra! Estuprou? Prá quê prender um cara desses véi? E ainda por cima come uma criança de 8, 9, 10, etc. anos e o cara é preso(se fode na cadeia nos maranhão de borracha) vira mulherzinha e depois tá aí na rua com um aparato do estado do caralho.Ah véi! Mas o cara agora é evangélico e se arrependeu do que fez! Foi o demônio, a coisa ruim,o inimigo. Foi uma rôla mesmo véi! Entrou, rasgou, saiu, sangrou, fudeu bicho! E dão garantia de que o cara num vai fazer de novo? E eu trabalhando e até ás vezes sem tempo de escrever alguma coisa interessante pra debulhar depois!Quem chorou? Eu? Que nada! A “justiça” foi feita e tá tudo certo!Eu e esse meu Sangue de Barata!


Ass: Ossoz

terça-feira, 5 de junho de 2012

TRANSTORNO MENTAL

Mais um colaborador na área: Alessandro Swinerd, produtor cultural, que mantém o site http://duvalleedu.com.br. Confiram:

TRANSTORNO MENTAL

Não me destrate
Por este formato tétrico,
Por este traje surrado.
Não me largue
Nesta sala imunda,
Nesta provação absurda.
Não me julgue
Pela língua enganosa,
Pela agressão contínua.
Não me torture
Por um impulso exacerbado,
Por um trejeito abominável.

Alessandro Swinerd

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Em breve, Coletivo Zine 02

É isso aí, pessoal. Como o Fabio já destacou em nosso grupo no facebook (https://www.facebook.com/groups/333871386651933), estamos organizando o material para a  montagem do Coletivo Zine 02. Nessa edição irão entrar as colaborações a partir do post  É só, Poeira Domínio e Destruição! , de 29/04/11, do ZK Diniz, que foi a primeira colaboração depois do fechamento da 1ª edição. Ou seja, temos já um bom material no aguardo da publicação. Também irão entrar ilustrações postadas no grupo do face.  Tudo que foi encaminhado pra fazer parte dos próximos Coletivos está sendo postado ou no blog ou no facebook, e pode ser degustado por todos. O material será publicado de acordo com a ordem cronológica de recebimento. O que não caber no nº 02 já fica como prioridade pro 03. 
Quem ainda não enviou nenhum material após o fechamento do nº 01, pode mandar a vontade, todos os autores terão seu espaço no Coletivo 02 até fecharmos a edição.
E todos estão convidados a participar de todo o processo de produção do zine da forma que quiserem. Participem!