O COLETIVO ZINE É UMA AÇÃO CONJUNTA. A PROPOSTA É REUNIR DIVERSOS FANZINEIROS OU CRIADORES INDEPENDENTES E PRODUZIR UM TRABALHO COLETIVO. CADA PARTICIPANTE CONTRIBUI DA FORMA COMO PUDER, SEJA NA CRIAÇÃO, MONTAGEM, EDIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO. O IMPORTANTE É SOMAR ESFORÇOS. E ASSIM MULTIPLICAR A DIVULGAÇÃO DO TRABALHO DE CADA AUTOR E DIVIDIR O TRABALHO. SE DER CERTO,CONSEGUIREMOS CHEGAR A NOVOS LEITORES QUE JAMAIS CONHECERIAM NOSSO MATERIAL SE O PROMOVÊSSEMOS ISOLADAMENTE. E NA PIOR DAS HIPÓTESES, AO MENOS TEREMOS UMA DESCULPA PARA INSANAS FESTAS DE CONFRATERNIZAÇÃO E LANÇAMENTO DE ZINES. ENTÃO, MÃOS À OBRA. MISTURE-SE.

sábado, 13 de outubro de 2012

BERRO



(Por Diego El Khouri)

sou o grito em silêncio
dessas lágrimas que não cessam
filho ingrato de ordens falidas
busco ou não busco meu regresso?

as paredes caíram, todas, todas...
enfim o desejo concretizado
por oito anos perdidos no vácuo
e agora o que fazer? para onde ir?
"que imagens santas destruir?"

os versos aqui caíram no vazio
deixar o menor registro possível
dessa existência que é " a via
máxima do gozo eternamente incompleto"

derrubar mais paredes e portas
subjugar todas verdades falsas
amarrar uma corda na viga
ter os pés amantes do vento
balançando de um lado para o outro
num delicioso contentamento

ah que belo tormento
beber todo álcool
antes que acabem com o carnaval
enrabar um por um
filas de opressão e mesquinhez

em qual lado você está,
cumpade translúcido da manhã suja,
catando vermes psicóticos
na opressão familiar-nação?

que paisagem bela
essa que se oferece ao eco de tua voz
parece com a dor
que trago em meu estômago
e a tremedeira de minhas pernas e mãos
ausente do álcool confortador

beijei a Morte todas às vezes que pude
e beijaria outras vezes se pudesse
mas agora é ela que me beija
ela que acende as nervuras de meu peito
e as fissuras de meu pâncreas sem receio

só ela mesmo, só ela,  para cobrir me de vestes
num invólucro manto
que roubei dos céus

só ela, ela apenas, o doce Karma que me abraça
e não me mostra as chaves
dessa vil existência


só ela , só ela mesmo meu irmão diáfano,
que tem a paciência de ouvir essa voz calada
sem  perguntar absolutamente nada.

Rio de Janeiro, 2012

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